Publicado em 19/02/2019 15h14
Reforma da Previdência pretende criar regime de capitalização
Pela proposta apresentada o segurado contribui para uma conta individual
Com a ideia de reforma mais intensa e duradoura, a proposta da equipe econômica de Jair Bolsonaro (PSL) para mudar a Previdência no País pretende criar regime de capitalização para os trabalhadores que ainda entrarão no mercado de trabalho. Com a ideia, não mudam apenas as regras para aposentadoria, mas a própria lógica do sustento dos brasileiros na velhice.
Atualmente, o aposentado contribui durante determinado período e, ao se aposentar, tem garantida remuneração mensal. A ideia é mudar isso. Pelo modelo pensado pela equipe de Bolsonaro, o segurado contribui para uma conta individual, e o valor do benefício é calculado em cima dessas contribuições, como uma espécie de poupança. Ao se aposentar, o idoso terá aquilo que foi depositado nessa conta. Não há, então, um valor mensal fixo.
Atualmente, é aplicado o modelo de repartição, no qual a atual geração de trabalhadores paga contribuição para sustentar quem está aposentado. A geração seguinte pagará a aposentadoria de quem trabalha hoje e assim sucessivamente. O formato é chamado de solidariedade entre gerações. A sustentabilidade desse sistema é constantemente questionada devido ao envelhecimento da população - há cadxa vez mais gente a ser sustentada e menos para pagar essa Previdência.
Por outro lado, o modelo de capitalização tem levado aposentados a viver com menos dinheiro. Quanto mais tempo de vida, menos dinheiro se tem para a aposentadoria.
Nem Paulo Guedes, ministro da Economia, nem Onyx Lorenzoni, da Casa Civil, deram mais detalhes sobre como funcionará a nova Previdência. Pontos como a idade mínima de aposentadoria e o período de transição para quem já está próximo de se aposentar ainda serão esclarecidos. Bolsonaro, porém, tem dado indicativos a esse respeito.
Os ministros se reuniram na última terça-feira, 8, para alinhar a proposta, já alvo de desentendimentos entre as alas econômica e política do governo. A inclusão dos militares na reforma é alvo de divergência, por exemplo. "Nosso objetivo é que não seja necessário falar sobre reforma da Previdência pelos próximos 20 anos", afirmou Guedes.